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Declaração de Sua Excelência Moussa Faki Mahamat, Presidente da Comissão da União Africana, por ocasião do Dia de África e do Lançamento Continental da Entrada em Vigor da Carta para a Renascença Cultural Africana

Declaração de Sua Excelência Moussa Faki Mahamat, Presidente da Comissão da União Africana, por ocasião do Dia de África e do Lançamento Continental da Entrada em Vigor da Carta para a Renascença Cultural Africana

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May 25, 2021

Meus caros concidadãos de África e da Diáspora,
Hoje celebramos o nascimento da Organização da Unidade Africana (OUA), em memória daquele dia histórico 25 de Maio de 1963, quando cerca de vinte (20) Chefes de Estado africanos criaram entusiasticamente esta organização continental em Adis Abeba. Esta organização tinha-se fixado a ambição da independência total da África a nível político e económico e a realização da sua unidade.
Cinquenta e oito anos depois, a União Africana, que substituiu a OUA, prossegue esta ambição com diferentes graus de sucesso. Fá-lo concretamente no terreno, mas igualmente com base nos princípios. Estes princípios são os do renascimento africano, o espírito do Pan-Africanismo, a identidade cultural e os valores comuns, preciosos para os pais fundadores e definidos no Acto Constitutivo da UA, na Agenda 2063 da UA e nos demais instrumentos continentais.
Estes princípios e valores desempenham um papel importante na edificação da África que almejamos.
Com efeito, a União Africana determinou que os Estados africanos devem procurar as suas referências culturais e valores ancestrais como base para o seu desenvolvimento, mantendo-se ao mesmo tempo a par da evolução mundial. Há muito anestesiados pelos efeitos da colonização, os africanos devem retirar das profundezas do seu património cultural e artístico as chaves para o seu desenvolvimento.
Esta é a mensagem que a UA gostaria de transmitir através do tema do ano 2021 dedicado às Artes, Cultura e Património como alavancas para a edificação da África que almejamos.

Caros concidadãos, Senhoras e senhores,
Pretendemos combinar de forma simbólica o tema do ano com o Dia de África para fazer o lançamento da entrada em vigor da Carta do Renascimento Cultural Africano, adoptada desde 2006 em Cartum, Sudão.
Um dos objectivos da Carta é o de reforçar o papel da cultura na promoção da paz e da boa governação. A União Africana está consciente do papel que as artes, as expressões audiovisuais e cinematográficas e outras indústrias criativas desempenham no processo de integração africana como factor de paz, compreensão e prevenção de conflitos, bem como de crescimento socioeconómico.
Apesar do domínio cultural que, durante o tráfico de escravos e a época colonial, levou à despersonalização de parte dos povos africanos, falsificou a sua história, denegriu sistematicamente e lutou contra os valores africanos e tentou substituir de forma gradual e oficial as suas línguas pelas do colonizador, os povos africanos conseguiram encontrar na cultura africana a força necessária para a resistência e libertação do continente.
A União Africana acredita que a unidade de África se baseia, antes de mais nada, na sua história. A história de África, que faz parte da nossa identidade cultural, é um imperativo para o desenvolvimento do continente.
É igualmente um veículo para a formação da personalidade africana e para a afirmação dos povos africanos no mundo. África só se poderá impor no multilateralismo e nas parcerias com o resto do mundo com a afirmação, sem complexos ou obscurantismos, do seu ser, da sua personalidade e da sua identidade, numa base de igualdade total com os demais.

Senhoras e senhores,
Há muito tempo que África tem negligenciado o papel da cultura na promoção e formação das nações. Durante este mandato, pretendo corrigir esta tendência, interessando-me mais pela cultura e pensamento africanos do que no passado. Indiquei que farei um apelo aos académicos e cientistas sociais de todos os espaços culturais para que contribuam no sentido de se chegar a um consenso africano forte e funcional.
As diferentes reflexões sobre o tema do ano, que serão conduzidas hoje por eminentes personalidades africanas para assinalar o Dia de África, estão em sintonia com esta dinâmica. Gostaria de manifestar-lhes a minha gratidão e garantir que as suas contribuições intelectuais não deixarão de saciar a nossa sede de renascimento cultural de África.
Desejo a todos os africanos, tanto no continente como na diáspora, um feliz aniversário.
Que Deus abençoe África

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